domingo, 11 de julho de 2010

Copa do Mundo 2010 - Análise da Final - Holanda x Espanha

Mesmo antes de começar esta copa, todos sonharam em chegar no dia 11 de julho de 2010, no estádio Soccer City em Johannesburgo, na final desta copa do mundo. A copa começou e pouco a pouco todos foram vendo os fracassos, as surpresas, as emoções e os gols que fazem a alegria e principalmente a vitória.

No final de tudo isso, restaram somente Holanda e Espanha. Duas equipes que historicamente merecem sair com o título que nunca conquistaram. Pela primeira vez numa final, a Espanha tem a fama de "amarelar" quando é mais preciso vencer. Sempre contou com boas seleções e sempre decepcionou a todos. Desde Amancio, Gento, Di Stéfano, Quini, Butragueño, Zubizarreta, Hierro e Raúl a Espanha tem nessa equipe a chance de mostrar que merece estar no hall dos campeões.

A Holanda, mostrou ao mundo o "futebol total", ofensivo e envolvente da equipe de 74, liderada por Cruijff que recebeu o título de "carrossel holandês" pela mobilidade em campo imposta pelo técnico Rinus Michel. No entanto, esta equipe chegou duas vezes a grande final mas, ficou com a derrota nos dois confrontos e amargou o vice campeonato. Mostrou novamente sua força com o belo trio formado por Rijkaard, Gullit e van Basten que só chegou ao título da eurocopa em 88. Em 94 e 98, parou duas vezes na seleção brasileira. Neeskens, Rensebrink, irmãos Koeman, irmãos de Boer, Bergkamp, Overmars, Kluivert, Seedorf, Davids, Cocu, van der Sar e Ruud van Nistelrooy ficaram para trás e a jovem geração de 2006 vem mais madura e com vontade de alcançar a glória do futebol mundial e mostrar que o futebol holandês merece estar nela.

As duas seleções, mereceram e muito estar nesta final. Holandeses e espanhóis, foram as únicas seleções que não perderam na eliminatória européia. Contudo, somente a Holanda manteve o 100% até agora, não perdendo nenhum jogo, estando invicto há 25 partidas. Os espanhóis, decepcionaram ao perder a primeira partida desta copa para a Suíça, contudo mostraram o poderio que tem e culminaram isto ao vencer os alemães na semifinal, repetindo o feito da final da eurocopa de 2008.

A Espanha, vem com quase a mesma seleção de 2008. Sem o brasileiro naturalizado, Marcos Senna, todos aqueles que poderiam ser considerados titulares estão no elenco desta copa. Da equipe titular, Piqué, Pedro e Busquets são as novidades, os três vindos da base do Barcelona. Casillas, Sérgio Ramos, Puyol e Capdevilla formam uma defesa competente e dedicada. Xavi, Xabi Alonso, Iniesta e Villa, completam o time do meio campo para frente, que ainda tem o luxo de ter Fernando Torres, David Silva e Fabregas na reserva. Os três, obviamente, merecem entrar nesta final e terão a chance de suas vidas para entrar pra a história espanhola.

Com estes jogadores, a Espanha demonstra ter uma seleção melhor que a da Holanda. E é, tanto individualmente quanto coletivamente. A seleção laranja, demonstra algumas vezes uma 'panelinha' entre os nascidos em 84 e destaques desta seleção, Sneijder e Robben. Dos nascidos em 83, van Persie e van der Vaart, um é centro-avante e outro é reserva, um pela ausência do antigo camisa nove, van Nistelrooy e outro pela escalação de somente um meia ofensivo. Kuyt completa o "quadrado mágico", merecendo sempre estar entre os titulares, pela sua técnica, tática, garra e obediência em campo. Por isso não é ele o camisa 9 desta seleção.

Se a Espanha tem Casillas, a Holanda tinha van der Sar que de fato é melhor que o espanhol. Mas a idade pesou e Stekelenburg tem a tarefa de ocupar a vaga de um dos melhores goleiros de todos os tempos. Foi bem, muito bem. Mas não foi o melhor. A defesa espanhola é melhor e mais raçuda com Puyol e Piqué, mas Heitinga e Mathijsen não deixam a desejar. As duas seleções não tem laterais direitos tão bom. Mas o zagueiro que com o tempo virou lateral Sérgio Ramos, fez uma copa melhor que van der Wiel que não mostrou a mesma técnica que demonstrou no Ajax e fez uma copa discreta. Na esquerda está o grande problema da seleção espanhola. Capdevilla é obediente e tudo mais, mas deixa a desejar tanto para defender quanto para atacar. Não é tão ousado quanto Gio van Bronckhorst, capitão que mostrou audácia no golaço, o melhor da copa até agora, contra o Uruguai.

As duas equipes mesmo bastantes ofensivas, mantém dois volantes. Busquets protege a zaga espanhola e de Jong faz o mesmo do lado holandês. Os dois não ostentam tanta categoria e habilidade para serem titulares nas respectivas equipes, porém, garantem a manutenção da bola no meio campo, além de roubá-la também. Xabi Alonso e van Bommel são raçudos, chegam à frente e ajudam na marcação. Agora a disputa fica mais concorrida.

Mesmo com Xavi e van Persie não vem fazendo uma excelente copa, é por não estarem jogando onde gostam. O camisa 8 espanhol não é meia e o holandês gosta de jogar pelos lados. Tanto por isso que Sneijder e Villa, são os destaques em suas equipes, artilheiros e concorrem na disputa para melhor jogador da copa. Xavi e Sneijder são os cérebros do jogo. Iniesta e Kuyt são muitas vezes atacantes e meias, ambos pelo lado esquerdo do campo. Mesmo sem muita estrela, sem muitos holofotes, são essenciais na tática de suas equipes. Para completar, Robben pode desequilibrar do lado direito do campo, como também pode ser incapaz de fazer alguma coisa. Já Pedro, substitui Fernando Torres e pode surpreender nesta final, não fazendo é claro o mesmo que fez na vitória sobre a Alemanha, não dado o passe do gol da vitória para Torres.

Entretanto, jogador por jogador, ninguém é melhor. Coletivamente, holandeses e espanhóis são duas grandes equipes e é difícil dizer quem ficará com o título. Nem mesmo o polvo profeta poderá acertar. Tudo será decidido às 15h30min horário de Brasília, 20h30min na África do Sul. O artilheiro, sairá desta final. O melhor jogador da copa, sairá desta final. O melhor jogador do mundo, também poderá sair desta final. O campeão inédito, também sairá desta final, duas equipes com um lindo futebol, que mesmo não mostrando isso durante esta copa, foi assim que chegaram até esta final e lutam hoje por um título inédito.

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