quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Universidade do Futebol

Em minha visão, a gestão dos clubes de futebol brasileiro amadora se consideramos o tamanho da estrutura, história e número de torcedores dos grandes e médios clubes brasileiros. Junto a isso estão novas técnicas de gestão que muitos não praticam e também os interessantes cases que deram certos que não os analisam para pensar em algo similar ou igual. Ao olharem apenas para o futebol e na busca desenfreada e pouco planejada por títulos, pouco se busca em criar um planejamento estratégico de toda a organização, do clube, de estrutura, de pessoas, financeiro, entre outros. Penso que ainda há muito o que melhorar.

Poderia ser melhor. Muitos não estão interessados, mas nos últimos anos temos visto que alguns já pensam nessa formação enquanto jogadores, o que é bom. Mas também falta uma estrutura curricular para dar uma formação boa para jogadores que estão se aposentando e querem seguir no futebol. Sabemos que os cursos da Universidade do Futebol é um dos poucos casos e que depender da CBF não há condições, tendo em vista uma entidade que oferece um curso para técnicos caro e que não tem nem aceitação em todo o mundo.

sábado, 19 de agosto de 2017

Valencia vence na estreia e demonstra que terá de se superar nesta temporada

Com gol do italiano Zaza o Valencia venceu o Las Palmas por 1 a 0 e não decepcionou os torcedores que compareceram ao Mestalla. A vitória na primeira rodada do campeonato espanhol marca a estreia de uma nova fase do clube que aposta no técnico Marcelino Garcia Toral para comandar o retorno às competições europeias. 

O novo treinador assinou um contrato de duas temporadas após passar um ano sábatico depois de ser demitido do Villarreal. No clube onde esteve por três temporadas e meia alcançou duas vezes a sexta posição e levou a equipe à Liga dos Campeões. No Valencia, terá o trabalho de conquistar bons resultados também para acabar com um histórico recente nada agradável. Em dois anos, quatro técnicos estiveram no comando dos valencianistas sem sucesso: Pako Ayestaran, Cesare Prandelli, Gary Neville, Nuno Espírito Santo, além de Voro, que os substituiu interinamente.

Início satisfatório

Para o confronto contra a equipe do Las Palmas, Marcelino escalou a equipe no 4-4-2, com duas linhas de quatro e dupla de ataque formada por Zaza e Rodrigo Moreno. Depois de marcar seis gols em 20 partidas nos seis meses que esteve emprestado ao clube na temporada passada, Zaza, novo camisa nove, tem a missão de ser o homem gol do time e fazer a torcida esquecer de Paco Alcácer, que deixou o clube para amargar a reserva no Barcelona. Com 22 minutos de jogo ele demonstrou isso marcando da entrada da área com um chute sutil no canto direito do goleiro ao receber passe de Carlos Soler. 
Zaza marcou o único gol da partida FOTO: EFE


Uma maior análise do time de Marcelino foi comprometido diante da expulsão de Halilovic aos 34 minutos de jogo. No entanto, mesmo com um a mais, o Valencia não conseguiu ampliar e ainda teve menor posse de bola ao final da partida (47%). Por outro lado, foi mais efetivo criando 22 chances de gol (contra cinco). Sem sofrer grandes sustos, teve apenas duas chances claras. Uma com Zaza, que contou com bela defesa do goleiro, e com o lateral João Cancelo em um lance que lhe faltou a perna esquerda

Ao final do jogo, o português teve o nome gritado pela torcida e caiu em lágrimas. O atleta, que participou da maior parte das jogadas do time, fez sua última partida atuando no meio campo - foi vendido à Internazionale de Milão por 40 milhões de euros. Para seu lugar, o clube tem Montoya, ex-Barcelona, que se encontra no departamento médico. Por isso, Nacho Vidal, de 22 anos, e ex-jogador do Valencia Mestalla chega para ocupar a posição. 

Análise do elenco

E se alguns saem, outros chegam. Nas tribunas do Estádio Mestalla, os zagueiros Gabriel Paulista (ex-Arsenal, 10 milhões de euros) e Jeison Murillo (ex-Inter de Milão, empréstimo) foram contratados para a defesa. Assim, Marcelino ganha boas opções para a zaga e que podem até ser a dupla titular. Da dupla que jogou contra o Las Palmas, o português Rubén Vezo ainda não tem o potencial para estar regularmente entre os onze, enquanto argentino Garay interessa à Juventus, assim como Abdennour que também pode sair. Por isso, Javi Jímenez, de 20 anos e também revelado no clube, pode fazer algumas aparições.

Atualmente, há apenas três posições no elenco do Valencia no qual Marcelino não terá grandes problemas para escalar. O gol, que tem o brasileiro Neto que foi comprado por 6 milhões de euros antes mesmo da saída de Diego Alves. O lateral esquerdo Gayá, que tem como suplente Toni Lato, de 19 anos e que tem também chega da base. E o meio campista Dani Parejo. O camisa dez é a cabeça pensante da equipe e teve 90% de sucesso nos passes no confronto contra o Las Palmas. 

Ao seu lado, Parejo terá Álvaro Medrán, que fez boa partida e terá grande oportunidade para se provar em sua segunda temporada no clube. Ambos terão como substitutos o jovem Carlos Soler, de 20 anos e que jogou aberto pela meia esquerda diante da ausência de Nani, e o recém-contratado Nemanja Maksimovic, sérvio que chegou de graça do Astana, equipe do Cazaquistão. Outra boa opção, que ainda carece de confirmação oficial pelo clube, é o francês Kondogbia, que já jogou na liga espanhola pelo Sevilla e chega da Inter de Milão cedido por empréstimo com obrigação de compra de 25 milhões de euros.

Mas é nas pontas que está o principal problema da equipe. Hoje jogaram Cancelo, que está de saída, e Soler, que mesmo que tenha feito boa jogada no lance do gol, está fora da meia central, que é sua área. Orellana e Nani são os únicos com potencial para serem titulares mas, enquanto o primeiro está fora dos planos de Marcelino, o segundo encontra-se machucado. Nani é a principal peça para o lado esquerdo, que no jogo de ontem contou com a entrada do jovem Nacho Gil, de 21 anos.

Para o direito, houve especulações do meia colombiano Juan Cuadrado, atualmente na Juventus. Seria a peça ideal para compor a meia direita do 4-4-2 de Garcia Toral. O elenco ainda conta, por enquanto, com Robert Ibañez e Nando, ambos revelados pelo clube e que retornaram de empréstimo. Por fim, o ataque conta com os dois titulares de hoje. Rodrigo, que perdeu 19 jogos da última temporada devido a uma lesão no tornozelo, compôs boa dupla de ataque com Zaza, voltando mais para buscar a bola e realizando boas jogadas até ser substituído por Santiago Mina. Se não for negociado, o brasileiro Vinicius Araújo é o outra opção.


Com todas essas mudanças no elenco e, principalmente, no banco, o Valencia vive começa uma nova etapa no qual o objetivo é retornar aos torneios europeus. Após terminar dois campeonatos seguidos na 12ª colocação, pode repetir a campanha de 2014/2015 quando terminou na quarta colocação. A missão não será fácil devido a forte concorrência. Além do Atlético de Madrid ter se firmado como terceira força, o Sevilla, do novo técnico Eduardo Berizzo, manteve a base e continua forte. Mas Los Ches podem se aproveitar do fato do adversário jogar a Liga dos Campeões. Igualmente para Villarreal, Real Sociedad e Athletic de Bilbao, que jogarão a Liga da Europa.

Depois da venda ao bilionário Peter Lim o clube contratou aos montes, mas sofreu
com turbulências nos últimos dois anos. As várias mudanças no cargo de treinador devem ficar para trás, assim como as desavenças com a principal torcida organizada do clube. Mesmo sem um time tão renomado com nas últimas temporadas e apostando em algumas peças da base, o Valencia tenta se reequilibrar e se reerguer. Ao menos para isso já contou com um grande apoio, com a primeira aparição de Lim em Valencia após mais de um ano.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Declaração de Jair Ventura (e críticas a ele) acende questão sobre técnicos no Brasil

A polêmica declaração do técnico do Botafogo, Jair Ventura, criticando o espaço dado a técnicos estrangeiros no Brasil - no caso da chegada do novo técnico do Flamengo, o colombiano Reinaldo Rueda - foi assunto no futebol brasileiro desde a noite de ontem.  

Não demorou para chover críticas ao técnico botafoguense. Tanto dizendo que ele foi infeliz na declaração quanto que ele se posicionou de forma errada afirmando que um técnico estrangeiro no Brasil não deve treinar no Brasil. O apontaram como protecionista, corporativista (opinião de Mauro Cezar Pereira que traz uma ótima abordagem dos cursos na Argentina e Portugal), e até mesmo xenófobo e que também já fez o mesmo

Contudo, na minha opinião, as críticas direcionadas à declaração de Jair Ventura é que foram errôneas. Para justificar, faço uma análise de cada parte do que ele disse.

"Não que eu seja contra os estrangeiros trabalharem aqui, mas estamos perdendo mercado lá fora. Daqui a pouco, perdemos o interno". Ao meu ver Ventura pontuou o fato de, nos últimos anos, ter uma preferência por técnicos de fora como a salvação do futebol no Brasil. É só pegarmos os últimos anos ao ver o Palmeiras tentar com Gareca, o São Paulo com Osorio e Bauza, Paulo Bento no Cruzeiro, entre outros. E isso tem aumentado cada vez mais.
Técnico Jair Ventura Foto: André Durão
"Então do que adianta se preparar, estudar? Venho fazendo cursos sempre, me preparando. As pessoas têm que primeiro olhar para cá, para depois olhar para fora”. Ao dizer isso, até aquele momento ele pode não ter tido conhecimento do fato de que o Flamengo tentou (como assim dizem) Carpegiani e Roger para comandar o clube.

Ao mesmo tempo, há a questão do quanto um técnico brasileiro se prepara para treinar um clube, algo que melhorou muito nos últimos anos, mas ainda está longe de outros países como Argentina. Mas e qual é o apoio da CBF para isso? O caro curso que a entidade realiza, que não tem aprovação da UEFA e ainda corre atrás de aceitação da Conmebol, certamente não é um deles.


“Eu não vejo de uma maneira legal. Respeito a decisão, ele é um grande treinador, acho que pode dar certo. Mas estou falando em nome dos treinadores, como jovem e brasileiro. Isso é muito ruim”. Demitir Zé Ricardo, cara nova e moderna assim como Ventura (e que teve bom desempenho no clube, disputando o título brasileiro no ano passado e conquistando o carioca este ano), mostra o que é a relação do futebol brasileiro com os técnicos, exigindo-os a busca por resultados imediatos, ignorando os bons resultados conquistado anteriormente.

Muitos técnicos jovens de profissão (assim como Jair Ventura) surgiram nos últimos anos e marcaram presença em grandes clubes. Roger Machado, Fernando Diniz, Doriva, Milton Mendes, Eduardo Baptista, Rogério Ceni e Carille, são alguns deles. Mas, exceção feita ao técnico do Corinthians, quanto tempo foi dado a esses novos técnicos dentro de um clube? Sabemos que isso não ocorre nem com os "medalhões" que viram soluções de última hora (Levir Culpi no lugar de Roger Machado ou quem garante que Dorival Júnior segue até o fim do ano se o time não sair da zona do rebaixamento?), tudo em dependência do resultado.

“Hoje eu não posso trabalhar no exterior porque não tenho licença. E qualquer pessoa pode trabalhar no Brasil. Então isso não é legal. Desejo sorte ao Rueda, mas temos que repensar. Estão tirando o espaço dos outros que querem trabalhar também”. O técnico brasileiro não é bem visto nem no Brasil, cá entre nós, e muito menos lá fora. Algo muito diferente dos técnicos argentinos (exemplos não faltam, mas muito devido porque desde meados do século passado a confederação do país oferece um curso aos treinadores argentinos). E mesmo que possa faltar competência de muitos técnicos brasileiros, também falta é apoio para os mesmos.

A parte em que o técnico do Botafogo diz que "estão tirando o espaço dos outros que querem trabalhar", certamente foi o cerne de todas as críticas dirigidas a ele, dando a entender o tal "protecionismo" do qual o acusaram. E aí ele pode até ter se posicionado de forma errada - porque mesmo que isso tenha sido frequente nos últimos anos o espaço para novos técnicos tem tido, pois o que falta é tempo de trabalho - mas nada que justifique as críticas exageradas e o mau entendimento das declarações de Jair Ventura.

Tanto é que se retratou depois, explicando melhor a situação. "Eu não estava falando da questão de vir estrangeiros, mas sim de ir. Exigem uma licença para o técnico brasileiro treinar fora do País. Se exigem para treinar fora do País, porque não é exigido uma licença para o técnico estrangeiro treinar aqui no Brasil".

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Premier League esquenta o fim de semana de futebol europeu

Com muitos gols, viradas no placar, goleada, empate no último minuto, resultado inesperado, expulsões e também um 0 a 0, a primeira rodada da Premier League movimentou o futebol europeu no final do semana - mesmo com a vitória de 3 a 1 do Real Madrid em cima do Barcelona pelo jogo de ida da Supercopa da Espanha. Quem é fã do campeonato inglês, matou a saudade da competição mais disputada da Europa e nessa primeira jornada pode ver de tudo. Confira uma análise das principais partidas dessa primeira rodada da Premier League.

Arsenal e Leicester se enfrentaram no Emirates Stadium com viradas no placar. Lacazette se tornou o estreante que precisou de menos tempo, dois minutos, para marcar um gol. Vardy marcou duas vezes, mas a vitória no final com gol de Giroud. O time de Arsene Wenger jogou no esquema que virou moda na Inglaterra, o 3-4-3. 

O lateral Monreal jogou como líbero, junto a Holding e o lateral Kolasinac. Bellerin e Oxlade-Chamberlain ocuparam as alas, enquanto Elneny e Xhaka fizeram a contenção no meio campo. Ozil e Welbeck completaram o time. O Leicester, do técnico Craig Shakespeare jogou no 4-4-2, com apenas três mudanças do time que foi campeão há duas temporadas: James e Ndidi de volantes e o contratado Maguire na defesa.
Rooney marcou em seu primeiro jogo no retorno ao Everton
 
No empate em 3 a 3 entre Watford e Liverpool, o time da casa jogou  no 4-2-3-1 e viu bastante movimentação dos volantes Chalobah e Doucoré. Janmaat, Kaboul, Britos e Holebas, além de Amrabat e Pereyra nas pontas imprimiram forte marcação no Liverpool na primeira etapa e não deixou o adversário criar. Tanto que a jogada do gol de empate do Liverpool saiu apenas em uma bela jogada individual de Mané, mas logo viu Doucoré marcar o segundo, depois de Okaka abrir o placar de cabeça. 

Wijnaldum não estava em um dia inspirado e jogou no meio ao lado de Can e Henderson, este mais recuado, mesmo oferecendo mais saída de bola do que Can. Mas o trio Mané, Firmino e Salah resolveu e buscou a virada. No entanto, o brasileiro estreante Richarlison, recém-contratado, teve papel importante no gol de empate marcado por Britos já nos acréscimos. Os gols desses dois jogos foram todos marcados dentro da área.

Em seguida, o campeão Chelsea enfrentou o Burnley e para quem esperava um resultado favorável ao time da casa, se deu mal. Tudo começou com a expulsão de Cahill que fez falta dura e levou vermelho direto. O técnico Antonio Conte poderia continuar com o mesmo time, ajeitando o 3-4-3 para um 4-4-1, mas decidiu tirar o jovem estreante Boga para colocar o zagueiro Christensen e continuar no 3-5-1. O time de Sean Dyche, que subiu, caiu e subiu novamente no comando do clube, jogou em um 4-5-1, prezando pela marcação no meio e apostando na bola parada e nos avanços dos pontas Gudmundsson e Brady.

Com tudo isso, o que se viu foi a bola parada como solução do Burnley, que marcou três vezes. Dois gols de Vokes em falha da defesa do Chelsea (mais especificamente de David Luiz) e outra em bela jogada do lateral Ward. Os três em cobranças de falta muito longe da área. Após a entrada do estreante Álvaro Morata no lugar de Batshuayi, o jogo esquentou e o Chelsea chegou a diminuir, mas sem sucesso. Essa foi a primeira derrota do time na estreia da Premier League após 18 temporadas.

Josep Guardiola também iniciou com três zagueiros: Kompany, Stones e Otamendi, dando liberdade a Walker e Danilo nas alas. Fernandinho foi o volante, enquanto De Bruyne e David Silva controlaram o meio campo do jogo, porém, sem ser muito efetivo diante da forte marcação do Brighton. O 3-5-2 dá espaço para a dupla de ataque Gabriel Jesus e Sérgio Aguero que carecem de maior entrosamento, mas fizeram um bom jogo juntos. Dupla de ataque é coisa rara hoje em dia, mas essa merece muita atenção nessa temporada.

- Veja balanço das movimentações da janela de transferências na Europa
 

A vitória de 2 a 0 do Tottenham sobre o Newcastle no St. James Park muito pode ser creditada à estupidez de Jonjo Shelvey. Depois de um primeiro tempo disputado com controle tímido dos Spurs e algumas tentativas do Newcastle, o inglês pisou sem mais nem menos em Dele Alli e ganhou vermelho direto. Com a superioridade no número de jogadores, o Tottenham abrir o placar com dois dos destaques do time vice-campeão. 

Alli marcou após belo lançamento de Eriksen. Eriksen jogou como meia-armador no 4-2-3-1 de Mauricio Pochettino, enquanto Alli e Sissoko jogaram abertos e Dier e Dembelé foram os volantes. A entrosada e forte defesa com Alderweireld e Vertoghen foi um dos destaques, além dos laterais reservas Walker-Peters, que estreou fazendo uma consistente partida, tanto no ataque quanto na defesa, após a venda de Walker e contusão do titular Trippier, e do galês Davies, que fez o segundo gol. O time de Rafa Benítez sofreu com as contusões e viu sua defesa - formada por Manquillo, Clark, Lejeune e Dummet - ficar remendada após a saída dos dois últimos. Na frente, Ritchie, Ayoze Pérez, Atsu e Gayle pouco conseguiram fazer.

E o melhor ficou para o fim. No último jogo da rodada, Manchester United e West Ham fizeram um jogo disputado até o United abrir o placar com meia hora de jogo. Lukaku marcou após contra-ataque puxado por Rashford. O jovem inglês jogou aberto na linha de três no meio-campo, completado por Mkhitaryan e Mata, que jogaram muito bem, mas que viram Matic, que se destacou tanto na marcação quanto nos passes, e Pogba controlando a partida.

Lukaku fez mais um na segunda etapa. Também no 4-2-3-1, o West Ham não conseguia jogar. Noble (e depois Rice), Obiang, Ayew, Fernandes e Arnautovic foram pressas fáceis e não conseguiam alimentar Chicharito. O lateral Zabaleta corria atrás de Rashford e depois mais ainda quando este foi substituído por Martial. O francês marcou o terceiro gol e Pogba deu números finais ao jogo, mostrando as credenciais de que vai lutar pelo título na segunda temporada de José Mourinho no comando.

Outros resultados foram a vitória do Everton por um a zero com gol de Wayne Rooney, West Bromwich um a zero no Bornemouth, Southampton ficou no zero com o Swansea, e o Huddersfield fez três gols fora de casa em cima do Crystal Palace. As previsões do blog Fora de Jogo é que Bournemouth, Swansea caem, enquanto o terceiro a cair está Huddersfield e Brighton. 

domingo, 6 de agosto de 2017

Começa mais uma temporada de futebol na Europa

Por diversos fatores, os campeonatos europeus prometem em mais uma temporada de futebol na Europa. A ida de Neymar ao Paris Saint-Germain que eleva o patamar do clube que promete brigar pelo título da Liga dos Campeões, as compras milionárias do Manchester City para alçar a equipe de Pep Guardiola ao título do campeonato inglês, a nova fase do Milan que fez aquisições interessantes, a disputa jogo a jogo entre Real Madrid e Barcelona, entre outros.

Nos últimos anos, os favoritos para a disputa pelo título da Liga dos Campeões se concentraram em Real Madrid, Barcelona, Bayern de Munique e mais uma quarta equipe. Juventus e Atlético de Madrid ocuparam esse posto nos últimos anos. Mas entre os semifinalistas da competição, Chelsea, Borussia Dortmund, Manchester City e Monaco já apareceram.

Agora, após ficar sem o título francês da última temporada, o PSG pagou a multa rescisória de Neymar e por R$ 222 milhões levou o craque para jogar em Paris. A contratação do atacante eleva o patamar do clube, ainda mais do que a de Zlatan Ibrahimovic, há cinco anos atrás. Com o dinheiro investido, o desejo do clube está claro: triunfar na Europa. E para alçar esse posto Neymar terá Dí Maria, Cavani, Draxler, Pastore, Thiago Silva, Daniel Alves, entre outros, como companheiros.

No entanto, vencer o torneio não acontece do dia para a noite. Desde que foi comprado por Roman Abramovich, o Chelsea levou nove anos, duas finais e muita experiência no torneio para conquistar a Liga dos Campeões. O Manchester City é outro exemplo pois, mesmo gastando milhões em novos jogadores para Guardiola, foi eliminado para o surpreendente
Monaco nas quartas de final da última edição. Mesma fase que o próprio PSG saiu fora perdendo pro Barcelona por 6 x 1, após vencer por 4 x 0 no jogo de ida.

França
Em solo francês, o principal adversário do PSG será o Monaco que perdeu algumas peças importantes no título mas fez reposições interessantes, além da manutenção (por enquanto) do assediado e promissor Kylian Mbappé, que formou uma ótima dupla de ataque (tão rara hoje em dia) com Radamel Falcão, que voltou ao seus melhores dias.
 

Um pouco atrás na luta por uma vaga na competição continental estão Olympique de Marselha e Lyon. O primeiro fez boas aquisições como Rami, Luiz Gustavo, Germain, as permanências de Thauvin e N'Jie e o retorno de Mandanda; e o segundo aposta nos jovens Bertrand Traoré, ex-Chelsea, e Mariano, ex-Real Madrid. Já a surpresa da última edição, Nice, que conquistou a terceira vaga para a Liga dos Campeões, entre entradas e saídas, a principal mudança é a contratação de Wesley Sneijder. enquanto o Lille de Marcelo Bielsa é outra equipe para ficar de olho.

Alemanha
O Bayern de Munique contratou Sule e Rudy, ambos destaques do Hoffeinheim, Tolisso e, a maior delas, James Rodriguez. Sempre com pontuais contratações, a equipe deve conquistar a competição mais uma vez. Na última edição, o surpreendente Leipzig ficou na segunda posição, manteve a base, fez boas aquisições e, assim como o Nice na França, é um time para ver se manterá o mesmo nível e que, ao menos, tem vaga garantida na fase de grupos da Champions. Enquanto Borussia Dortmund não demonstra mais a mesma força para peitar o Bayern, Schalke 04 e Bayer Leverkusen ficaram para trás.

Itália
Na Itália, os olhos estarão voltados para ver como se portará o "novo Milan". Com dinheiro chinês e um movimentadíssimo mercado (como a aquisição de Bonucci) com aquisição de um time completo, Vicenzo Montella fica responsável para comandar o time que, acredito eu, que pode dar trabalho a Juventus já nessa temporada. A equipe corre pela luta do sétimo título e com as chegadas de Douglas Costa e Bernardeschi, mantém a ótima qualidade do time, mesmo com a perda de Bonucci ao rival. 

Napoli e Roma mantém a base e, mais uma vez, estarão na luta pelo título e vaga na Liga dos Campeões. Um pouco mais atrás estão Lazio e Internazionale de Milão. O primeiro perdeu Biglia pro Milan e o segundo se reforçou o meio com Borja Valero e Vecino da Fiorentina, mas aposta em uma melhora de posição com o técnico Luciano Spalletti. Já a viola, fraca no mercado, viu seus principais jogadores sair e, sem dinheiro, pouco se reforçou.

Espanha
A saída de Neymar faz o Barcelona correr contra o tempo atrás de um substituto. Por mais que eu julgue desnecessário, visto que poderia, ao menos por essa temporada, jogar com Arda Turan na função do brasileiro, Phillippe Coutinho é a bola da vez na equipe catalã. Indo ou não, com ou sem Neymar o Barcelona continua o mesmo no restante da equipe e vai lutar de igual para igual para retomar o título espanhol do Real Madrid.

O adversário fez contratações cirúrgicas e jovens. As apostas são no lateral Theo e no meia Ceballos, e no retorno e aproveitamento do volante Marcos Llorente e do zagueiro Jesús Vallejo, além de Borja Mayoral. Atrás vem Atlético de Madrid. O time de Diego Simeone segurou Antoine Griezmann e esse foi o principal reforço de uma equipe que não pode contratar, mas terá Vitolo em janeiro. Já o Valencia sofre do mesmo problema da Fiorentina. Sem grana, viu várias estrelas saírem a preço de banana e ainda pouco contratou.


Inglaterra
No campeonato mais disputado da Europa, para conquistar o bicampeonato, o Chelsea gastou para levar Morata no lugar de Diego Costa (que saiu por rusgas com Antonio Conte), Bakayoko para o meio e Rudiger para a zaga. Reforços na medida que ajeitam o elenco. O principal rival será o Manchester City, que decepcionou na última edição, mas investiu pesado ao levar Bernardo Silva para o meio e Walker, Danilo e Mendy para as laterais. Ainda conta com o bom futebol de Gabriel Jesus.

Atrás está o Tottenham que não contratou ninguém. Satisfeito com a segunda posição na última temporada, adotou a estratégia de que em time que está ganhando não se mexe e espera, quem sabe, surpreender. Já o Manchester United viu Rooney e Ibrahimovic saírem e Lukaku chegar, junto ao zagueiro Lindelof e ao volante Matic. Pouco para ser aquele Manchester, mas quem sabe com mais futebol no segundo ano de Mourinho no clube. 

Liverpool e Arsenal também estão na luta. O primeiro levou Salah e, se não perder Coutinho, pode até disputar o título, enquanto o segundo contratou Lacazette, o que não é suficiente para alcançar o objetivo de retornar à Liga dos Campeões. Quem pode surpreender é o Everton que fez boas aquisições, com o retorno de Rooney e as contratações de Sandro Ramírez, Klassen, Keane e Pickford, mas que, para isso não pode perder Barkley.