Espanha. Finalmente, Espanha. Merecidamente Espanha. Três vezes Espanha, mas quem foi tri foi a Holanda, que mais uma vez, acabou ficando com o vice. Se os espanhóis foram campeões, nada mais que merecido. Merecem o título desde a outra copa, que apesar de encantar a todos nas eliminatórias, como esta, acabou levando o revés contra a França. Passado isso, dominaram a Europa, com o título de 2008. Correram atrás do mundo. Chegaram lá. A Fúria chega ao seu primeiro título mundial e está no grupo de campeões mundiais, junto com Brasil, Itália, Alemanha, Argentina, Uruguai, França e Inglaterra.
Detalhes. Futebol é sempre decidido em detalhes. Cento e vinte minutos de bola rolando e num simples detalhe para Casillas levantar a taça mais desejada do mundo, após o apito do juíz. O lance do gol começou na cobrança de falta batida por Sneijder. A bola desviou clamorosamente em Fabregas e saiu para fora. O escanteio não foi visto pelo juíz. O jogo continuou e o tiro de meta do goleiro foi parar na bola trabalhada pela equipe espanhola. O primeiro lançamento foi interrompido por van der Vaart. Se passasse, era impedimento, (isso se o bandeira marcasse). Mesmo com vários holandeses no lance, faltava um, Heitinga que foi expulso de forma injusta. No rebote, um novo passe para Iniesta que oportunista, teve a chance de levar a Espanha para a glória máxima do futebol.
A partida foi chata. Como já disse, há se toda final fosse uma disputa de terceiro lugar. Faltaram bons lances, jogadas empolgantes e envolventes. O futebol total criado pela Holanda não foi visto nesta copa. A pragmática equipe holandesa, venceu todas as suas partidas sem mostrar esse futebol, mas vencia. Venceu o Brasil e mostrou verdadeiramente sua força. Força até demais. Foram oito cartões amarelos. O único vermelho, foi meio injusto. O zagueiro Heitinga segurou Iniesta com a mão. Porém, o jogador espanhol se jogou tempo depois do holandês ter soltado o meio campo. O cartão vermelho foi o quinto em uma final de copa. Iniesta, foi o personagem da final, na comemoração, homenageou Dani Jarque ex-jogador do Espanyol (rival do Barcelona) que faleceu há mais de um ano.
O primeiro tempo foi todo espanhol. A Holanda somente se defendia. Com 5 minutos, Sérgio Ramos cabecou após o escanteio e o goleiro Stekelenburg fez boa defesa. O lateral espanhol chegou mais uma vez com 9 minutos de partida. No chute cruzado, Heitinga tirou a bola da área. Até os 30 minutos, a Holanda só chegou perto do gol com Kuyt, após falha de Busquets e Sneijder numa cobrança de falta. No mais, van Persie, Puyol, van Bommel, Sérgio Ramos e de Jong (num lance de karatê sobre Xabi Alonso) levaram cartão amarelo e mostraram que o futebol vistoso também é faltoso. Também, não é de se surpreender, afinal, um título de copa do mundo estava em disputa.
Em um lance curioso, a Holanda quase sai na frente. Heitinga devolve a bola para a Espanha no fair-play, após Puyol ter trombado com Casillas. O chute foi para o goleiro, a bola quicou e passou por cima dele, se entrasse, o mundo ficaria besta, diante de um lance bestial. Validaria o gol, o gol mais "limpo" desta copa ou mandaria voltar um lance legítimo. A bola raspou a mão de Casillas e no escanteio, a bola foi devolvida novamente para a Espanha.
Antes do final do primeiro tempo, os holandeses se soltaram mais. Sneijder o melhor jogador holandês não apareceu muito em campo mas, não fora preciso. Pedro, Xavi Alonso e Robben arriscaram bons chutes que não assustaram tanto. O começo do segundo tempo, mostrou o jogo um pouco mais solto. Capdevila perde ótima chance dentro da área com 2 minutos de partida. Com menos de dez minutos, Robben e Xabi Alonso chutam forte de fora da área, entratanto o gol não sai. Gio van Bronckhorst levou o primeiro cartão amarelo da segunda etapa, depois Heitinga também teve o nome anotado no cartão do juíz Howard Webb.
Após o lançamento de Sneijder, Piqué falha e Robben fica cara a cara com Casillas. A chance do título foi desperdiçado pelo camisa 11 que tocou no canto esquerdo do goleiro, que pulou para o direito, mas defendeu com a ponta do pé, tirando o gol holandês com 17 minutos de jogo. A Espanha, que jogou de azul, devolveu com Villa, após falha da defesa holandesa. Capdevila foi mais um que levou o cartão amarelo. Logo depois, sua equipe chegou com David Villa e Sérgio Ramos com dois lances desperdiçados.
Em mais um lance de Robben no ataque, o holandês ganha de Puyol na corrida e fica mais uma vez contra Casillas. Porém, o goleiro vence mais uma vez, parando a bola logo que o camisa 11 cortou para a direita. O gol não saia e o jogo demonstrava ir para a prorrogação. Noventa minutos de jogo e na primeira oportunidade cara a cara com Casillas, van Persie se livra do goleiro, mas impedido ficou sem chance de fazer o gol para a Holanda, antes do apito final do árbitro.
Visivelmente cansadas, as duas equipes retornaram a campo sem muito fôlego para buscar o gol. Todavia, a segunda etapa começou como foi o primeiro tempo, com os espanhóis atacando. Na boa troca de passes, Xavi vai para chutar a bola, mas Heitinga põe o pé na frente e impede um possível gol espanhol. Cinco minutos da prorrogação, Fabregas tem chance parecida com a de Robben, mas desperdiça e os méritos ficaram para Stekelenburg. Após a cabeçada de Mathijsen por cima do gol na cobrança do escanteio, a fúria chega perto com Iniesta, Jesus Navas e Fabregas. Num lance curioso, Braafheid que havai entrado no lugar de Gio, corre para marcar a bola e o jogador espanhol que receberia o cruzamento, mas a bola bate em sua cabeça este quando estava de costas e vai parar nas mãos do goleiro holandês.
No segundo tempo da prorrogação, Heitinga acaba sendo expulso e fez falta na defesa holandesa, que já havia feito as três substituições possíveis. Na cobrança da falta, Xavi chuta por cima do travessão. Diferente de Sneijder que na cobrança de falta com 9 minutos, a bola bateu na barreira e saiu. O árbitro não viu. O lance seguiu com a cobrança do tiro de meta. A Espanha trabalhou bem a bola, viu Fernando Torres livre na esquerda, o camisa 9 cruzou na área para Iniesta impedido, van der Vaart interrompe e no rebote, o passe vai parar novamente em Iniesta que domina e chuta para marcar o gol de todo o futebol espanhol.
Faltando dez minutos para o fim, a Holanda pouco poderia fazer e assim fez. Sneijder tentou no chute do meio de campo sem efeito e para fora. Com o apito do juíz, a Espanha finalmente mostrou que não amarela em finais e chega ao seu primeiro título mundial, após 80 anos de copa do mundo. Mais que merecido, a Espanha carrega uma invencibilidade há bastante tempo, sofrendo somente duas derrotas, para os EUA na copa das confederações e para a Suíça na estréia.
Essa derrota, fez a Espanha ser a primeira seleção a vencer uma copa, perdendo o primeiro jogo. A vitória contra Honduras, valeu o ingresso e concretizou o que era esperado. Sobre o Chile, a vitória saiu e também o primeiro e único gol sofrido por Casillas. Nas oitavas, passou com três vitórias por um a zero. Não que a final foi diferente, mas foi melhorando a cada jogo. Sobre Portugal, Paraguai a vitória foi sofrida. Sobre a seleção com o melhor futebol desta copa, a vitória foi merecida. Contra a Holanda, sairia o primeiro campeão inédito e em sua primeira final, a Espanha foi a campeã da Copa da África do Sul.
"Errar é humano. Ser árbitro é desumano. Numa copa onde a arbitragem merece represálias, um simples polvo a benção, quem brilhou mais foi a alegria africana, que foi vista e criticada por meio da vuvuzela. O futebol foi empolgante, pragmático, mas pela primeira vez quem era amarelão, foi campeão."
Não existe esquema em final de copa do mundo. Os onze de cada equipe que vão a campo, sabem o que tem que fazer, o que é para ser feito e tem que dar o sangue para trazer a vitória e a glória para seu país.
Holanda 0 x 1 Espanha
Melhor da Partida: Andrés Iniesta
Ficou Devendo: Arjen Robben
Destaque: Iker Casillas
Local: Estádio Soccer City, em
Johanesburgo (África do Sul)
Data: 11/07/2010 (domingo) e Horário: 15h30 (de Brasília)
Árbitro: Howard Webb (ING) e Auxiliares: Darren Cann (ING) e Michael Mullarkey (ING)
Gol: Iniesta (Espanha) aos 10 minutos do segundo tempo da prorrogação
Cartões amarelos: Van Persie, Van Bommel, De Jong, Van Bronckhorst, Heitinga, Robben, Van der Wiel e Mathijsen (Holanda); Puyol, Sergio Ramos, Capdevila, Iniesta e Xavi (Espanha)
Cartão vermelho: Heitinga (Holanda)
Público: 84.490 torcedores.