sábado, 19 de agosto de 2017

Valencia vence na estreia e demonstra que terá de se superar nesta temporada

Com gol do italiano Zaza o Valencia venceu o Las Palmas por 1 a 0 e não decepcionou os torcedores que compareceram ao Mestalla. A vitória na primeira rodada do campeonato espanhol marca a estreia de uma nova fase do clube que aposta no técnico Marcelino Garcia Toral para comandar o retorno às competições europeias. 

O novo treinador assinou um contrato de duas temporadas após passar um ano sábatico depois de ser demitido do Villarreal. No clube onde esteve por três temporadas e meia alcançou duas vezes a sexta posição e levou a equipe à Liga dos Campeões. No Valencia, terá o trabalho de conquistar bons resultados também para acabar com um histórico recente nada agradável. Em dois anos, quatro técnicos estiveram no comando dos valencianistas sem sucesso: Pako Ayestaran, Cesare Prandelli, Gary Neville, Nuno Espírito Santo, além de Voro, que os substituiu interinamente.

Início satisfatório

Para o confronto contra a equipe do Las Palmas, Marcelino escalou a equipe no 4-4-2, com duas linhas de quatro e dupla de ataque formada por Zaza e Rodrigo Moreno. Depois de marcar seis gols em 20 partidas nos seis meses que esteve emprestado ao clube na temporada passada, Zaza, novo camisa nove, tem a missão de ser o homem gol do time e fazer a torcida esquecer de Paco Alcácer, que deixou o clube para amargar a reserva no Barcelona. Com 22 minutos de jogo ele demonstrou isso marcando da entrada da área com um chute sutil no canto direito do goleiro ao receber passe de Carlos Soler. 
Zaza marcou o único gol da partida FOTO: EFE


Uma maior análise do time de Marcelino foi comprometido diante da expulsão de Halilovic aos 34 minutos de jogo. No entanto, mesmo com um a mais, o Valencia não conseguiu ampliar e ainda teve menor posse de bola ao final da partida (47%). Por outro lado, foi mais efetivo criando 22 chances de gol (contra cinco). Sem sofrer grandes sustos, teve apenas duas chances claras. Uma com Zaza, que contou com bela defesa do goleiro, e com o lateral João Cancelo em um lance que lhe faltou a perna esquerda

Ao final do jogo, o português teve o nome gritado pela torcida e caiu em lágrimas. O atleta, que participou da maior parte das jogadas do time, fez sua última partida atuando no meio campo - foi vendido à Internazionale de Milão por 40 milhões de euros. Para seu lugar, o clube tem Montoya, ex-Barcelona, que se encontra no departamento médico. Por isso, Nacho Vidal, de 22 anos, e ex-jogador do Valencia Mestalla chega para ocupar a posição. 

Análise do elenco

E se alguns saem, outros chegam. Nas tribunas do Estádio Mestalla, os zagueiros Gabriel Paulista (ex-Arsenal, 10 milhões de euros) e Jeison Murillo (ex-Inter de Milão, empréstimo) foram contratados para a defesa. Assim, Marcelino ganha boas opções para a zaga e que podem até ser a dupla titular. Da dupla que jogou contra o Las Palmas, o português Rubén Vezo ainda não tem o potencial para estar regularmente entre os onze, enquanto argentino Garay interessa à Juventus, assim como Abdennour que também pode sair. Por isso, Javi Jímenez, de 20 anos e também revelado no clube, pode fazer algumas aparições.

Atualmente, há apenas três posições no elenco do Valencia no qual Marcelino não terá grandes problemas para escalar. O gol, que tem o brasileiro Neto que foi comprado por 6 milhões de euros antes mesmo da saída de Diego Alves. O lateral esquerdo Gayá, que tem como suplente Toni Lato, de 19 anos e que tem também chega da base. E o meio campista Dani Parejo. O camisa dez é a cabeça pensante da equipe e teve 90% de sucesso nos passes no confronto contra o Las Palmas. 

Ao seu lado, Parejo terá Álvaro Medrán, que fez boa partida e terá grande oportunidade para se provar em sua segunda temporada no clube. Ambos terão como substitutos o jovem Carlos Soler, de 20 anos e que jogou aberto pela meia esquerda diante da ausência de Nani, e o recém-contratado Nemanja Maksimovic, sérvio que chegou de graça do Astana, equipe do Cazaquistão. Outra boa opção, que ainda carece de confirmação oficial pelo clube, é o francês Kondogbia, que já jogou na liga espanhola pelo Sevilla e chega da Inter de Milão cedido por empréstimo com obrigação de compra de 25 milhões de euros.

Mas é nas pontas que está o principal problema da equipe. Hoje jogaram Cancelo, que está de saída, e Soler, que mesmo que tenha feito boa jogada no lance do gol, está fora da meia central, que é sua área. Orellana e Nani são os únicos com potencial para serem titulares mas, enquanto o primeiro está fora dos planos de Marcelino, o segundo encontra-se machucado. Nani é a principal peça para o lado esquerdo, que no jogo de ontem contou com a entrada do jovem Nacho Gil, de 21 anos.

Para o direito, houve especulações do meia colombiano Juan Cuadrado, atualmente na Juventus. Seria a peça ideal para compor a meia direita do 4-4-2 de Garcia Toral. O elenco ainda conta, por enquanto, com Robert Ibañez e Nando, ambos revelados pelo clube e que retornaram de empréstimo. Por fim, o ataque conta com os dois titulares de hoje. Rodrigo, que perdeu 19 jogos da última temporada devido a uma lesão no tornozelo, compôs boa dupla de ataque com Zaza, voltando mais para buscar a bola e realizando boas jogadas até ser substituído por Santiago Mina. Se não for negociado, o brasileiro Vinicius Araújo é o outra opção.


Com todas essas mudanças no elenco e, principalmente, no banco, o Valencia vive começa uma nova etapa no qual o objetivo é retornar aos torneios europeus. Após terminar dois campeonatos seguidos na 12ª colocação, pode repetir a campanha de 2014/2015 quando terminou na quarta colocação. A missão não será fácil devido a forte concorrência. Além do Atlético de Madrid ter se firmado como terceira força, o Sevilla, do novo técnico Eduardo Berizzo, manteve a base e continua forte. Mas Los Ches podem se aproveitar do fato do adversário jogar a Liga dos Campeões. Igualmente para Villarreal, Real Sociedad e Athletic de Bilbao, que jogarão a Liga da Europa.

Depois da venda ao bilionário Peter Lim o clube contratou aos montes, mas sofreu
com turbulências nos últimos dois anos. As várias mudanças no cargo de treinador devem ficar para trás, assim como as desavenças com a principal torcida organizada do clube. Mesmo sem um time tão renomado com nas últimas temporadas e apostando em algumas peças da base, o Valencia tenta se reequilibrar e se reerguer. Ao menos para isso já contou com um grande apoio, com a primeira aparição de Lim em Valencia após mais de um ano.

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