O que El Shaarawy e Neymar têm em comum? Os dois nasceram em 92, são atacantes, mas gostam de jogar na ponta-esquerda, mas são destros e, com isso, possuem a característica de receber a bola ali, puxar para o meio e bater para o gol. São as grandes revelações de seus respectivos países nos últimos anos. Um é a grande aposta do Brasil para a próxima copa. O outro vem se destacando como titular no Milan e aos poucos vai conquistando seu espaço na azzurra.
O moicano espetado de ambos, também chama a atenção, mas neste final de semana, uma cena idêntica de ambos, chamou a minha atenção. Rápidos, ambos gostam de partir com a bola dominada e ir para cima da marcação. Neymar pegou a bola e seguiu até a área são paulina, no início do segundo tempo do clássico deste final de semana contra o São Paulo. El Shaarawy, no último minuto de jogo, correu em velocidade para receber o lançamento rasteiro, no confronto contra a Udinese, no qual os dois pontos perdidos com o empate conquistado até ali, fariam muita falta.
Pênalti que não existiu sofrido por El Shaarawy, deu a vitória ao Milan após cobrança de Balotelli FOTO: AP |
Quando o italiano ia seguir para o gol, foi brecado pelo zagueiro Domizzi, caindo na área e com o árbitro marcando pênalti para o desespero dos jogadores adversários. Na hora eu vi que não foi. Percebi que o zagueiro pegou na bola, que foi parar na placa de publicidade. Nisso, o atacante rossonero recebeu o choque normal do lance, sendo atingido depois do zagueiro friuli ter pegado na bola. A jogada não foi violenta. O ex-jogador Athirson, comentarista da Fox Sports, disse que não havia dúvidas de que não foi pênalti.
Foi além, afirmando que o pênalti foi cavado. Nesse caso, eu discordei completamente. Depois vi que poderia ter sido cavado, mas não dava para considerar isso. “Não foi 100% cavado”, disse meu pai, assistindo ao lado. Não foi é pênalti. Mas se o juiz apitou, vai lá Balotelli bater e se consagrar na sua estreia pelo Milan. Depois do jogo, El Shaarawy comemorou meio sem jeito. Parece que sabia que realmente foi um choque normal após Domizzi ter tirado a bola. A intenção dele se jogar não houve, porque a trombada foi dura (não violenta), mas a malícia de saber que isso poderia acontecer, (não do jeito que foi, mas com o zagueiro o derrubando) isso houve e deu ao Milan a vitória que precisava.
Assistindo ao Globo Esporte, vejo o lance de Neymar ser repetido várias vezes. E sinto vergonha. Foi um pênalti que não foi cavado. Foi num pênalti no qual o atacante santista se jogou. A repetição da cena deixava isso para mim, cada vez mais claro. E depois que ela para, o apresentador Tiago Leifert pergunta para o apresentador Caio Ribeiro: – Foi pênalti Caio? – Não há dúvidas de que foi. A justificativa até que não foi errada, mas não foi o que aconteceu, pois Neymar se jogou, como já é rotina para o jogador e para todos os que o acompanham.
Ele recebeu a chegada do defensor são paulino, mas de tão rápido, não sofreu a falta no pé esquerdo. O pé direito que subia para a próxima passada, sofreu um pequeno encostão do zagueiro, insuficiente para derrubá-lo, mesmo em velocidade, mesmo em “fazendo a curva” como disse Caio. Rhodolfo do São Paulo, disse que foi fora da área, o que não aconteceu. Neymar foi com a intenção de sofrer pênalti, assim como o fez El Shaarawy. Até aí nenhum problema – problema é de quem faz a falta – mas ainda assim, o italiano não passou pelo marcador, que pegou na bola, enquanto Neymar passou pelo zagueiro. E se jogou.
"Nem precisava cavar mais um pênalti como fez, tirando proveito de uma entrada um tanto quanto estabanada de Paulo Miranda", disse Mauro Cezar Pereira em seu blog na ESPN. Futebol é raça, não se jogar por sofrer um pequeno toque nas pernas. Não se jogar por estar na grande área. Duvido que se fosse no meio de campo, no início da jogada por exemplo, ele teria se jogado. Essa “malandragem brasileira” pode até dar certo. Mas irrita. E não me dá nenhum pouco de orgulho.
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