quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A Premier League que eu conheço

Arteta? Não, não é ele quem deveria bater esse pênalti. A sensação de que a torcida do Arsenal não sairia feliz do estádio, mesmo após ter um tiro livre de sete metros a seu favor veio a mim quando o número 8 dos gunners se posicionou para a cobrança. A previsão para o sábado era de futebol de manhã (mais exatamente futsal) e artigo de assessoria de imprensa à tarde – claro, com a televisão ligada nos jogos de futebol na Europa que agitam todo o meu final de semana. Um eu sempre vejo.

A derrota do meu time no primeiro jogo do dia, o almoço atrasado e os olhos focados também no notebook, fizeram com que não visse a peleja entre Arsenal e Fulham de “cabo a rabo”. Mas deveria, diante do ótimo confronto que ambas as equipes realizaram. Algo inédito até 11º rodada, foi o Arsenal marcar duas vezes com pouco mais de 20 minutos. Os contratados e “criticados” Oliver Giroud e Lukas Podolki balançaram a rede adversária, esbravejaram e naquela cena, a dúvida apareceu. Seria a noite dos gunners?

Giroud marca o gol de empate do Arsenal FOTO: Getty Images
A única goleada do clube na temporada foi no 6 a 1 sobre o Southampton, na quando comemorou dois gols contra. No entanto, a imaginação do torcedor com uma possível goleada brecou quando o búlgaro Dimitar Berbatov, ex-Manchester United, marcou de cabeça após cobrança de escanteio, esfriando ainda mais Emirates Stadium. O Fulham é uma equipe aguerrida, com um modo de jogar interessante, contando com bons jogadores de várias seleções nacionais e que não se acanhou diante do rival da cidade. Há cinco minutos do fim do primeiro tempo, Kacaniklic que havia entrado no lugar de Richardson, que saiu lesionado, empatou a partida para delírio dos torcedores do cottagers, que deixaram a equipe animada para a volta do intervalo, dando um banho de água fria no time de Arsenè Wenger.

Este que fez a partida mornar na segunda etapa, até o momento que o juiz apitou pênalti que o búlgaro Berbatov converteu, colocando os visitantes na frente. 3 a 2. Todavia, a alegria durou pouco. Mais exatamente dois minutos. Giroud foi lançado e saiu sozinho em direção ao goleiro Schwarzer. O veterano australiano cresceu em frente ao francês que acertou a bola na trave. No rebote, Walcoot cruzou sem titubear na cabeça do centroavante que não desperdiçou e empatou a partida, alegrando novamente a torcida arsenalista.


Arteta decepcionado após perder o pênalti que daria a vitória FOTO: Getty Images
O melhor ainda estava por vir. O gol de empate animou o time de Wenger que foi para cima, mas as tentativas de gol sempre paravam no goleiro Schwarzer. Uma, duas, três defesas feitas por ele, deixaram o placar igual. Quando o empate parecia ser o resultado do embate, o árbitro Phil Dowd apitou mão na bola, mesmo que sempre seja bola na mão, dentro da área de Schwarzer. Mesmo que de forma um pouco injusta, era a chance do Arsenal sair com a vitória, sofrida por sinal, e garantir os três pontos para subir algumas posições no campeonato. 

Mas a camisa oito (número preferido de quem vos escreve) de Arteta apareceu na tela da TV e não demonstrou confiança de que seria ele o autor do gol da vitória convertendo o pênalti. Os 94 minutos apontavam que aquele seria o último lance do jogo, lance que brilhou o goleiro Schwarzer que pulou para a esquerda e defendeu a boa – mas não decisiva – cobrança de Arteta, garantindo a vitória para o Fulham, mesmo que ela tenha valido apenas um ponto na classificação (exagerado).

O outro jogo da noite – na Inglaterra – marcado às 15h30 no Brasil, entre Aston Villa e Manchester United, iniciou com total atenção do blogueiro. A meia hora que intercalou as duas partidas foi o suficiente para tentar fazer um pouco do artigo antes de abandonar tudo e dedicar ao jogo, como há tempo não fazia. O cansaço do jogo da manhã ainda estava presente e isso ajudou a deitar tranquilamente no sofá. Mas o que se viu no primeiro inteiro da partida, realizada no Villa Park, estádio do Aston Villa, foi um primeiro tempo nada animador, ainda mais para quem tinha acabado de ver seis gols (sendo quatro no primeiro tempo) na partida anterior.

Com um meio campo jogando mal, com Valencia e Young pelas alas não conseguindo se infiltrar na boa marcação dos villans, e um Paul Scholes – do qual sou muito fã – sem tanta vontade de jogo, o Manchester mesmo jogando melhor e mantendo pequena superioridade na posse de bola, não conseguia marcar, visto que a temida dupla Rooney e van Persie não estavam num dia tão bom. O 4-2-3-1 do time da casa montado por Paul Lambert, apostando no contra-ataque deu resultado apenas aos 46 minutos do primeiro tempo. Um banho de água fria ainda mais gelada sobre os red devils. Benteke adiantou a bola na esquerda, ganhou no jogo de corpo de Smalling e tocou rasteiro na entrada da área para o jovem austríaco Andreas Weimann. Ele pegou bem de primeira, jogou em cima de De Gea que não conseguiu evitar o um a zero.

No intervalo, Alex Ferguson tirou o apagado Young – que recebia vaias da torcida do seu ex-time toda vez que pegava na bola – e colocou “Chicharito”. Com o número 14 nas costas e vontade de fazer a diferença, o mexicano ficou com expressão insólita quando saiu o segundo gol do time da casa, novamente com Weimann, dessa vez aproveitando passe de Agbonlahor, novamente da esquerda, após a jogada iniciar pela direita.
Com a partida reiniciada após o gol, Chicharito não imaginava – ou sim? – que a estrela dele brilharia mais que a de Weimann, atacante de 21 anos que, até então, seria o grande nome para acabar com um jejum de 17 anos sem vitória do Villa sobre o United no Villa Park. Oito minutos após o time da casa ampliar, o mexicano recebeu belo lançamento e ao matar a bola, quando parecia que ele perderia o domínio e, consequentemente a bola, tudo se ajeitou para que ele pudesse conseguir o chute que, mesmo fraco, passou pelo goleiro e pelo defensor, diminuindo o placar.
Chicharito comemora o gol em sua noite iluminada FOTO: Reuters
E era sabido que se o Manchester diminuísse, a pressão atrás do empate e da virada seria grande. E foi o que aconteceu. Enquanto o Aston Villa sentiu o gol, os red devils foram para cima, e o segundo gol não demorou muito a sair. Rooney abriu na direita para Rafael e o cruzamento do lateral brasileiro atravessou toda a pequena área até encontrar Hernández que pegou de primeira. A bola resvalou no zagueiro Vlaar antes de entrar, e fez com que fosse validado gol contra (injustamente, diga-se), apesar de todo o mérito do atacante.

O empate diminuiu um pouco o ritmo do Manchester, que sem pressionar tanto, esperava que o gol da virada pudesse sair a qualquer momento. Assim como aconteceu duas vezes com Robin van Persie que de cabeça, acertou o travessão após cruzamento na área. Faltou pouco, mas após o atacante holandês novamente acertar o travessão, depois de bela jogada no qual cortou da direita para dentro e com a esquerda chutou forte, parecia não ter jeito. Era Javier Hernández que teria que fazer o terceiro, o da vitória. E assim foi.

A cobrança de falta de van Persie encontrou um determinado Chicharito que saiu da marcação, e se abaixou para cabecear no canto esquerdo do goleiro, há três minutos do fim. O camisa 14 saiu correndo para comemorar com a torcida o feito, para depois seus companheiros chegarem para abraçá-lo. O jogo que parecia ser de Weimann e do Aston Villa, mudou, foi de Chicharito, mais uma vez do Manchester United, que manteve o tabu, e agora são 18 jogos invictos no Villa Park.

Nenhum comentário:

Postar um comentário