domingo, 1 de julho de 2012

Espanha massacra a Itália com quatro gols, é tricampeã da Europa e mantém sua hegemonia


 Espanha 4 x 0 Itália


Ninguém esperava que há quatro anos atrás, quando Casillas defendesse a última cobrança de De Rossi nas quartas de final da Euro 2008, a Espanha superaria a si mesma e chegaria ao título da competição. Muito menos que dois anos depois, o título da Copa do Mundo virasse realidade. Agora, com o favoritismo ainda no seu colo, a "fúria" massacrou a aguerrida Itália em sua terceira final seguida e conquistou, além do tricampeonato europeu - algo que só a Alemanha tem -, o feito inédito de vencer a Europa duas vezes seguidas e para abrilhantar ainda mais, a conquista da Copa do Mundo neste intervalo. 

A Itália parou no envolvente futebol espanhol e ficou com o vice. Bastante criticado pela excessiva troca de passes, os espanhóis venceram a partida como se estivessem brincando, com dois vira e quatro acaba. Os gols foram marcados por David Silva e Jordi Alba no primeiro tempo, e deixaram os italianos obrigados à mostrar o futebol que o fizeram chegar até ali. No entanto, isso não aconteceu e quando o título espanhol parecia ser questão de tempo, virou realidade antes mesmo do apito do juiz. Fernando Torres entrou na partida e deixou o seu, além de dar uma assistência à Juan Mata que deu seu primeiro toque na bola nesta Euro, empurrando a bola para o fundo das redes.
Em final eletrizante, espanhóis vencem italianos com quatro gols e confirma hegemonia FOTO: Getty Images
O resultado dilatado não demonstra os números da partida que teve um equilíbrio quase que total. Foram três chutes a mais dos espanhóis sendo que seis foram no gol, contra três remates à menos dos italianos que acertaram quatro vezes à meta de Casillas. A sempre maior posse de bola espanhola também esteve presente nesta partida, no entanto não de forma tão dilatada. Foram 57% de posse de bola e que definiram a eficiência da Espanha que mesmo sem um atacante nato desde o início do jogo, marcou quatro gols na final contra a Itália, sempre caracterizada pela sua defesa.

O título mostra o quanto a Espanha evoluiu nos últimos anos. Se antes sempre se esperava algo do selecionado nacional e pouco se via em campo, agora as coisas mudaram e o título enaltece a forma de jogo que os espanhóis criaram nos últimos anos. A conquista dá à fúria ainda mais favoritismo para a disputa da Copa do Mundo no Brasil. Contudo, ninguém na Espanha inteira pensa nisso, a não ser comemorar mais um título do seu país, conquistado com muito bom futebol, senão no caminho, ao menos no final.
Título coloca Espanha no topo do futebol mundial e coroa, sem dúvidas, como a seleção ser batida na próxima Copa FOTO: Reuters
Jogo
A final em Kiev teve saída de bola da Espanha, no entanto, a Itália deu o primeiro chute com Pirlo, mesmo que tenha sido longe do gol de Casillas. Até os cinco minutos houve disputa pela posse de bola no meio campo, com pequeno destaque para os italianos que sofreram o primeiro chute à gol na cobrança de falta de Sérgio Ramos que foi por cima do gol. O zagueiro chegou novamente após cobrança de escanteio de Xavi. Os espanhóis já mostravam seu jogo e trocavam mais passes.

Reflexo disso foi a boa jogada criada no meio campo espanhol que terminou na tabela entre Xavi e Fabregas que resultou no chute do primeiro da entrada da área que passou por cima do gol de Buffon. A fúria já tomava conta da partida e os italianos ainda não haviam se encontrado. A posse de bola espanhola que, em alguns jogos acabava por ser chamada de "chata", deu resultado aos 14 minutos de jogo. Iniesta enxergou Cesc Fabregas passando nas costas de Chiellini. O camisa dez foi até a linha de fundo da entrada da área e tocou cruzou forte na cabeça de David Silva que sem muito tempo para pensar, colocou a cabeça na bola e a jogou para o fundo das redes, inaugurando o marcador no Olímpico de Kiev.

Espanha abriu o placar com gol de David Silva FOTO: AP
Depois do gol, a Itália teve a chance de empatar com Andrea Pirlo de falta da entrada da área. Balotelli passou por cima da bola e o volante chutou na barreira. Na cobrança de escanteio, Pirlo bateu fechado e Casillas tirou. A partir daí, houve uma pequena pressão italiana e mais dois escanteios deixaram os torcedores presente no Estádio Olímpico de Kiev apreensivos.

Depois dos lances, o técnico italiano Cesare Prandelli foi obrigado a mudar o time, tirando Giorgio Chiellini que saiu contundido e deu lugar a Balzaretti. Os italianos criaram outras jogadas, mas sem serem eficazes. Com 29 minutos, Cassano recebeu o lançamento na esquerda, trouxe a bola para a direita e chutou para o gol. Arbeloa não interceptou, a bola passou por baixo das pernas do Piqué, mas Casillas defendeu tranquilo. Casillas teve mais trabalho ao defender novo chute de Cassano e viu Balotelli arrematar por cima do gol.

Ainda no primeiro tempo, o lateral Jordi Alba ampliou FOTO: AP
Jogando seu futebol envolvente, a Espanha chegou ao segundo gol. Aos 40 minutos, o lateral Jordi Alba passou para Xavi Hernández no meio campo e correu, correu até achar o espaço na defesa italiana e receber o passe milimétrico e no momento certo de Xavi que viu o seu futuro companheiro de time, chutar no canto do goleiro Buffon que não conseguiu evitar. O gol foi, certamente, muito comemorado pelos espanhóis e que jogava toda a responsabilidade e a pressão para o time italiano no segundo tempo, depois que o primeiro foi encerrado depois de mais uma de David Silva que foi no meio do gol aos 46 minutos de jogo depois de um minuto de acréscimo.

Os 45 minutos finais de um tempo normal da Eurocopa iniciaram com a Itália indo para cima tentaram com Alberto Di Natale, que entrou no lugar de Cassano, e cabeceou por cima do gol. A Espanha respondeu um minuto depois com Fabregas. O meia espanhol estava bem na partida e tentou o chute que passou muito perto da trave, assustando o goleiro Buffon. A entrada de Di Natale começava a dar resultado com o atacante recebendo bom passe de Montolivo e dentro da área, girou sem dominar e chutou em cima de Casillas que defendeu também no rebote a bola que ia para Balotelli.
Fabregas foi um dos melhores em campo, enquanto Pirlo e seus companheiros pouco fizeram FOTO: Reuters
A Espanha assustou a azurra aos sete minutos quando Fabregas recebeu na direita e driblou Balzaretti dentro da área, em seguida, driblou de novo o zagueiro, mas Balzaretti tirou, a bola bateu em Fabregas e Buffon defendeu, com a defesa italiana tirando em seguida. Prandelli fez sua última substituição tirando Montolivo e colocando o brasileiro naturalizado italiano Thiago Motta. Balotelli tentou o chute que foi por cima do gol e depois, o autor do gol David Silva deu lugar a Pedro Rodriguez.

Do lado italiano, o drama aumentou ainda mais depois que Motta saiu contundido. O jogador foi correr atrás da bola e sentiu a parte posterior da coxa. Com a lesão muscular a Itália ficou com dez em campo, complicando ainda mais a situação da azurra que tinha cada vez menos tempo para tentar surpreender com, ao menos, um empate. Os italianos pareciam desiludidos com o revés no placar e agora no número de jogadores e a Espanha chegou com Fabregas aos 28 minutos com jogada de Fabregas na direita,m as o cruzamento foi rebatido por Abate.

Torres entrou no jogo e deixou sua marca, tornando-se artilheiro FOTO: Getty Images
O camisa dez da fúria deu lugar a Fernando Torres e ainda restavam quinze minutos para o fim do jogo, tempo para que o nove espanhol deixasse a sua marca e liquidasse de vez a partida, exaltando o bom momento do futebol espanhol. Aos 33 minutos isso quase aconteceu. A jogada pela direita virou de lado após Busquets não conseguir o chute e tocar para Iniesta na entrada da área. O meia esperou Jordi Alba passar e tocou para o lateral cruzar na área nos pés de Pedro que impedido, chutou para fora.

Dominando a partida com o apatismo italiano, a Espanha chegou ao terceiro gol. A tentativa de ataque da Itália nem passou do meio campo após De Rossi tentar devolver para Pirlo, mas ver seu passe ser interceptado. A bola chega aos pés do cerebral Xavi que deixa Torres na frente do gol. O atacante com seu faro de gol não errou e tocou no canto esquerdo de Buffon que ainda tocou na bola, mas só deixou a bola entrar ainda mais no canto do gol, praticamente dando o título à Espanha aos 38 minutos de jogo.

Mata matou o jogo marcando último gol FOTO: Getty Images 
No entanto, quem esperava que a campeã europeia e mundial fosse apenas tocar a bola esperando o final do jogo, se enganou. Juan Mata entrou na partida no lugar de Iniesta e estreando nesta Euro, o jogador viu Xabi Alonso dar um lindo passe para Torres que novamente frente a frente com Buffon, só deixou de lado para Mata que de esquerda chutou para o fundo das redes marcando o quarto gol da Espanha tornando massacrante a vitória sobre a Itália. O bicampeonato espanhol da Eurocopa era eminente e após o apito do juiz, a alegria tomou conta da Espanha novamente e, pela terceira vez seguida, o futebol mundial tem dono, Espanha.

Ficha Técnica
Espanha 4 x 0 Itália
Fase: Final
Local: Olympic Stadium, Kiev (UKR)
Data: 01 de julho de 2012, domingo
Horário: 15:45 horas (de Brasília)
Árbitros: Pedro Proença (POR)
Auxiliares: Bertino Miranda (POR) e Ricardo Santos (POR)
Cartões Amarelos: Gerard Piqué aos 24, Andrea Barzagli aos 44,
Cartões vermelhos: Nenhum
Gols: David Silva aos 14, Jordi Alba aos 40, Torres aos 84 e Mata aos 88.

Times
Espanha: Vicente Del Bosque | Itália: Cesare Prandelli
Opinião

Casillas levanta o troféu pela segunda vez após a conquista da Euro em 2008 FOTO: AP
Melhor da Partida: Cesc Fabregas
Ficou Devendo: Mario Balotelli
Destaque: Xavi Hernández.
Espanha torna-se agora a seleção a ser batida e a base para a próxima Copa, deverá ser a mesma FOTO: Getty Images
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